Índice
Decisão ocorre após a prisão do dono da instituição, o impasse nas negociações de venda e o agravamento da crise financeira que comprometia a operação do banco.
O Banco Central determinou, na manhã desta terça-feira (18), a liquidação extrajudicial do Banco Master. A medida foi anunciada um dia após a proposta de compra feita pelo Grupo Fictor, que incluía um aporte imediato de R$ 3 bilhões e ainda aguardava aprovação do BC. Segundo apuração do Jornal CNN, com a liquidação, as negociações de aquisição tendem a ser encerradas.
A decisão ocorre em um momento especialmente delicado para a instituição, que já enfrentava risco de falência devido ao alto custo operacional e a investimentos considerados arriscados. O Master chegou a receber uma oferta de compra do Banco BRB, mas a proposta foi rejeitada pela diretoria colegiada do BC por falta de documentação que comprovasse a viabilidade do negócio.
Já na noite desta segunda-feira (17), Daniel Vorcaro, dono do Banco Master, foi preso pela Polícia Federal no aeroporto de Guarulhos enquanto tentava deixar o país rumo a Dubai. A prisão ocorreu no âmbito de uma investigação sobre a suposta emissão de títulos de crédito falsos por instituições do Sistema Financeiro Nacional.

Daniel Bueno Vorcaro, 39, nasceu em 1986 em Belo Horizonte-MG, o empresário e banqueiro assumiu o controle do Banco Master em 2018 e conduziu uma expansão agressiva da instituição. Daniel também mantém investimentos nos setores de saúde, varejo, tecnologia e esporte, incluindo participação na SAF do Atlético Mineiro.
Em comunicado oficial assinado pelo presidente do Banco Central, Gabriel Galípolo, a autarquia afirmou que a intervenção se deu “em razão do comprometimento da situação econômico-financeira da instituição, com deterioração da liquidez, bem como por infringência às normas que disciplinam a atividade bancária e inobservância das determinações do Banco Central do Brasil”.
Com a decisão, o Banco Master passa agora para administração temporária do Banco Central, que conduzirá o processo de liquidação, etapa em que os ativos são vendidos ou utilizados para pagar credores conforme a ordem legal de prioridade. Ao final, após a quitação possível das obrigações, a instituição é formalmente encerrada.